sábado, 24 de agosto de 2013

- Chuva -


Mais e mais eu me encontro sob a chuva quente e suave.
Na quais suas gotas queimam toda a minha impureza.
Na quais suas gotas me tocam e acalmam com sutileza.
As gotas que antes me tocaram, deslizam para o chão.

Que lavam e levam a minha raiva, fluindo.
Que lavam e levam o meu rancor, fluindo.

Enquanto isso acima de mim, acima da tristeza, encontram-se as aves.
As aves que com nada se abalam ou preocupam e voam com leveza.
As gotas da chuva pesam em suas penas, mas elas não demonstram fraqueza.
Engraçado como as gotas que são cruéis com as aves, tem minha gratidão.

Pois minha raiva e minha tristeza vão continuar fluindo pelo chão.
Vão continuar fluindo, como um dilúvio longo e duradouro.

E eu não vou sair desta chuva purificante, até que seja o fim dela.
Vou continuar sob ela mesmo no dia mais escuro, até a hora final.
Não irei cansar desta chuva até que as nuvens estejam claras.
Continuarei nela até que eu encontre os meus sonhos, que desapareceram...

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