sexta-feira, 10 de maio de 2013

- Garganta cheia de vidros -



No meu estado tudo que eu poderia fazer seria gritar.
Mas mesmo isso se tornou algo impossível.
Pois é impossível gritar com uma garganta cheia de vidros.

Não posso ficar aliviado.
Não posso jogar tudo para o alto.
Não posso fugir disso.
Não posso se quer gritar.

Principalmente quando se tem um milhão de rostos.
Te encarando e te julgando, rosto por rosto, não podendo gritar.
Por culpa de uma garganta cheia de vidros.

Enterro-me vivo debaixo das mentiras construídas por ela.
Asfixio-me ao respirar esse ar envenenado pelas mentiras dela.
Afogo-me nesse mar de mentiras inventadas por ela.
Carbonizo-me nas chamas das mentiras que ela me contou.

Agora eu estou cego de tantas mentiras.
Estou quase mudo, pois não consigo gritar.
Não com uma garganta cheia de vidros.

Agora que estou cego, posso abrir meus olhos para a verdade.
Agora que estou mudo, posso gritar sem os vidros na garganta.
Agora que estou surdo, posso ouvir claramente todas as verdades.
Agora que estou morto, posso viver sem mais sofrer com as mentiras. 

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